Valor Econômico

Comércio entre EUA e China bate recorde em 2022

O comércio entre os Estados Unidos e a China bateu recorde em 2022, segundo dados divulgados nesta terça-feira. A nova alta aconteceu em meio a tensões crescentes entre os países, como a questão de Taiwan e o recente caso dos balões chineses encontrados no espaço aéreo americano.

 

BP desacelera saída de mercado de petróleo após lucro recorde

A BP disse que vai reduzir a produção de petróleo e gás mais lentamente nesta década, como resultado dos gargalos criados pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o que também elevou os preços e gerou lucros recordes.

Embora a empresa britânica tenha dito que reforçou a aposta na transição para uma energia mais limpa com gastos extras de US$ 8 bilhões até 2030, a petroleira aumentará os investimentos em combustíveis fósseis na mesma proporção. No início da próxima década, a empresa terá emissões mais altas do que o prometido anteriormente: a produção de petróleo e gás terá caído 25% em relação a 2019, em comparação com meta anterior de queda de até 40%.

A mudança estratégica reflete a nova realidade desde o ataque militar à Ucrânia liderado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, e sua decisão de usar os suprimentos de energia como arma contra a Europa. Depois de anos de críticas por seu papel na mudança climática, empresas de petróleo e gás agora ouvem apelos de governos do mundo todo para aumentar a produção.

“Vamos investir mais no sistema de energia atual”, disse o diretor-presidente da BP, Bernard Looney, em entrevista na terça-feira. “E isso, claro, é um sistema de hidrocarbonetos.”

A BP não está sozinha em ajustar sua estratégia de longo prazo. Na semana passada, a Shell, que também tem como meta zerar as emissões líquidas até 2050, informou que vai expandir seus negócios de gás natural, enquanto o investimento na unidade de renováveis ficará estável.

Mais petróleo e gás necessariamente significam mais emissões de carbono, apesar da crescente urgência em limitar os gases que aquecem o planeta e os piores impactos da mudança climática. No início deste ano, os próprios economistas da BP disseram que o orçamento mundial de carbono está se esgotando.

A empresa agora pretende reduzir o carbono do petróleo e do gás que produz – conhecido como emissões do Escopo 3 – de 20% a 30% em 2030, abaixo do objetivo anterior de um corte de até 40%. A BP ainda pretende reduzir suas próprias emissões diretas – conhecidas como Escopo 1 e Escopo 2 – em 50% até 2030.

Em uma atualização de estratégia publicada com o balanço do quarto trimestre, na qual a BP anunciou lucro recorde de US$ 27,65 bilhões em 2022, a companhia disse que aumentará os gastos com combustíveis fósseis e negócios de baixo carbono. E planeja investimentos adicionais de US$ 8 bilhões em cada segmento até o fim da década.

Para petróleo e gás, a BP quer direcionar gastos para elevar a produção o mais rápido possível. Isso significaria investimentos como maior capacidade de perfuração no Golfo do México, no Mar do Norte e na formação de xisto na Bacia do Permiano nos EUA.

“Trata-se de produção que pode ser iniciada a curto e médio prazo para ajudar as pessoas que enfrentam problemas de abastecimento”, disse Looney.

1 de 1 Sede da BP — Foto: Kin Cheung/AP

Sede da BP — Foto: Kin Cheung/AP

A percepção de falta de oferta no mercado de petróleo também impulsiona a estimativa da BP sobre os preços. A empresa espera que o petróleo atinja uma média de US$ 70 o barril em 2030, acima dos US$ 60 previstos há menos de um ano.

“A perspectiva da empresa mudou de acordo com nossa visão do superciclo do petróleo”, escreveu em nota Christyan Malek, chefe global de estratégia de energia do JPMorgan Chase.

Embora a BP tenha mudado o ritmo de sua transição para a energia limpa, a empresa diz que ainda está canalizando uma parte crescente do caixa de seu negócio de combustíveis fósseis para investimentos de baixo carbono. Em 2019, a empresa gastou 3% do capital em outras áreas além de petróleo e gás. No ano passado, essa fatia subiu para 30% e será equivalente a mais da metade em 2030, disse Looney.

 

BC teve de convencer bancos sobre inovação e Pix, diz Campos: ‘ficaram com pedaço menor de torta maior’

O início da agenda de inovação do Banco Central foi alvo de “muita resistência”, segundo o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Durante o “2023 Milken South Florida Dialogues”, em Miami (EUA), ele relatou o esforço em “convencer os bancos” sobre uma série de mudanças.

“No início teria um custo, mas no fim seria vantajoso para todos”, disse, fazendo referência ao Pix e ao open finance. “Os bancos ficaram com um pedaço menor de uma torta muito maior.”

1 de 1 O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Leonardo Rodrigues/Valor

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Leonardo Rodrigues/Valor

Na abertura de palestra no evento, Campos defendeu o papel da tecnologia para a inclusão de mais pessoas ao sistema financeiro. Ele relatou as três etapas de inovação em andamento no Brasil: criação do Pix, open finance e tokenização.

“Hoje, se você for ao Brasil e quiser comprar uma água, provavelmente você vai poder usar o Pix”, disse o presidente do BC.

Concluída a terceira etapa da agenda de inovação, com a criação da CBDC [moeda digital], o país chegará ao “próximo nível”, destacou Campos.

A execução integrada destes três pilares será, segundo o presidente do BC, “uma das maiores aliadas” para garantir um atendimento mais eficiente, com sistema financeiro capaz de promover a democratização dos serviços financeiros.

“A tecnologia é um dos instrumentos mais eficazes de que dispomos para atingir esses metas e projetar o sistema financeiro do futuro”, pontuou.

Ao lado de Campos Neto, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, também destacou a relevância do open finance. O sistema, defendeu, permite a discussão de um “mercado de capitais aberto”.

 

Daniel Silveira pede liberdade, revogação de multas e transferência do processo para Justiça do RJ

A defesa de Daniel Silveira alega que seu caso não deveria estar no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado federal foi preso na quinta-feira (2) por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Os advogados citam a perda do foro privilegiado ao solicitar que o processo seja transferido para Justiça do Rio de Janeiro.

“O réu é um cidadão do povo, jurisdicionado, que pode se defender das injustiças que sofre com os meios de que dispõe. Não cabe mais ao STF julgá-lo, por expressa determinação constitucional. Nesse sentido, roga-se a este douto juízo que lidere pelo exemplo e não pelo medo, respeitando as outras instituições”, afirma a defesa de Daniel Silveira.

Os advogados pedem ainda que as multam, que passam dos R$ 4,3 milhões, sejam revogadas. Segundo Moraes, o fato de o ex-parlamentar ter, em 175 ocasiões, deixado de usar a tornozeleira eletrônica, concedido entrevistas e usado redes sociais sem autorização motivaram a decisão.

Moraes também cita os ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Ele colocou em dúvida o sistema eletrônico de votação auditado por diversas organizações nacionais e internacionais, em diversas entrevistas fornecidas aos veículos de comunicação”, apontou Moraes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também havia pedido que o processo saísse do STF. “Ao tomar decisões sem sequer examinar as manifestações da PGR, as decisões proferidas no presente processo acabam por tratar como absolutamente irrelevante essa tão importante instituição”, apontou a defesa.

Silveira foi preso pela primeira vez por determinação de Moraes em fevereiro de 2021, depois de ter divulgado vídeo em que aparecia xingando os ministros do STF. Após ir para a prisão domiciliar, ele voltou a ser preso, em junho daquele ano, após Moraes apontar irregularidades no uso da tornozeleira.

Em novembro de 2021, o magistrado voltou a revogar a prisão e impôs medidas cautelares. Em abril do ano passado, o parlamentar foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu indulto presidencial ao então deputado.

Silveira tentou ainda se candidatar como senador em 2022, apesar de ter sido considerado inelegível pelo TSE. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) confirmou essa determinação, apoiada pelo Ministério Público.

1 de 1 Daniel Silveira — Foto: Plínio Xavier/Câmara dos Deputados

Daniel Silveira — Foto: Plínio Xavier/Câmara dos Deputados

 

“A demanda por veículos dá sinais de desaceleração em 2023”, diz Anfavea

Com 142,9 mil veículos emplacados, janeiro registrou um aumento de vendas de 12,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O crescimento não é reflexo, porém, aumento de demanda, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite. Segundo o executivo, deve-se a uma base de comparação baixa, já que em janeiro de 2022 as fábricas de veículos estavam mais afetadas pela falta de componentes do que hoje.

 

Aluguel residencial tem alta recorde em janeiro, mas deve perder força, diz FGV Ibre

A alta de 4,20% do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) em janeiro é a maior desde o começo da série histórica do dado, em 2019, segundo o economista Paulo Picchetti, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo indicador.

Segundo o especialista, fatores sazonais e maior disposição de senhorios em elevar aluguel para recompor margens levaram ao resultado.

A FGV apurou ainda que o aumento observado no preço do aluguel no começo de 2023, além de intenso, foi bem acima do observado em dezembro de 2022, quando o índice caiu 1,19%.

Entre dezembro e janeiro, todas as quatro capitais mostraram mudança de trajetória de preços de aluguel, ao sair de queda para alta no Ivar, no período. É o caso das mudanças de trajetória nas variações do Ivar de São Paulo (de -1,06% para 2,84%); Rio de Janeiro (de -2,41% para 1,45%); Belo Horizonte (de -0,46% para 0,72%) e Porto Alegre (-1,09% para 10,15%).

O comportamento das taxas mensais também acelerou as taxas acumuladas em 12 meses até janeiro de 2023 em três das quatro capitais, de dezembro para primeiro mês do ano, acrescentou a FGV.

Foi o caso de São Paulo (de 7,80% para 8,20%); Rio de Janeiro (de 8,34% para 8,51%); e Porto Alegre (de 7,15% para 16,79%). Belo Horizonte, por sua vez, mostrou desaceleração nesse indicador, no mesmo período (de 11,31% para 9,82%).

Ao detalhar o Ivar de janeiro, o especialista comentou que o indicador é novo e, por isso, com série relativamente curta. Isso faz com que os resultados do índice ainda sofram impactos sazonais característicos do setor de locação.

Ao falar sobre influências sazonais, o especialista lembrou que o começo do ano é período de negociação de preços de aluguel, entre locatários e senhorios, em renovação de contratos.

No entanto, admitiu que a intensidade da alta do Ivar em janeiro foi tão expressiva, que não pode ser explicada apenas por impacto sazonal. O especialista comentou que o desempenho pode ter sido afetado por maior empenho dos proprietários em elevar preço de aluguel, agora no começo de 2023, tendo em vista período longo sem reajustes, no passado, por causa da pandemia.

Em 2020, a chegada da covid-19 em março daquele ano levou a uma grave crise econômica no Brasil, assim como em outros países do mundo. A necessidade de restrições sociais para evitar contágio pela doença levou fechamentos compulsórios ou limitação de funcionamento de diferentes empreendimentos de serviços, como hotéis, bares e restaurantes.

O setor de serviços, além de representar quase 70% do PIB, é o maior empregador da economia brasileira. Isso se refletiu em queda de consumo, e menor renda do brasileiro – o que levou muitos senhorios a não reajustarem aluguel, para não perder locatário e a renda originada do imóvel.

“Agora, temos uma ‘normalização maior’ [das condições sanitárias] da pandemia” disse. “Todas as últimas leituras de mercado de trabalho mostram recuperação, tanto em termos de emprego quanto de recomposição de renda real média” disse, notando o proprietário também percebe isso. “Temos [dos senhorios] disposição de recompor valores [de aluguel] que ainda estão defasados, de antes da pandemia, com essa capacidade maior dos locatários de realizar despesas, pela combinação de aumento de emprego e de maior massa salarial”, disse. “Eu acho que é uma ‘mistura’ disso [impacto sazonal e disposição de reajustar por parte dos senhorios]”, resumiu.

No entanto, o técnico não acredita em continuidade de alta intensa no Ivar para os próximos meses. O economista lembra a perspectiva de desaceleração da economia brasileira esse ano, ante ano passado, um contexto que não é favorável a reajustes muito fortes de preço. “Essas condições que estamos comentando [do Ivar de janeiro] não têm perspectiva de continuar ao longo do ano”, avaliou.

Divulgado pela primeira vez em janeiro do ano passado, o Ivar, primeiro indicador com esse perfil da fundação, mensura evolução de preços de contratos de aluguéis em quatro capitais, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, e conta com série histórica iniciada em 2018, no caso de São Paulo; e a partir de 2019 para demais três capitais. Com os dados originados dessas capitais, a fundação fez média ponderada para elaborar taxa total do indicador.

O IVAR abrange, em sua coleta, preços de contrato de aluguel de longo prazo efetivamente contratados, e é anunciado mensalmente pelo portal da fundação na internet. A primeira edição a ser divulgada do indicador foi referente a dezembro de 2021.

1 de 1 — Foto: PhotoMIX Company/Pexels

— Foto: PhotoMIX Company/Pexels

 

Desembolsos de crédito rural do Sicredi crescem 30%

Os desembolsos de crédito rural do Sicredi alcançaram R$ 28,5 bilhões entre julho e dezembro do ano passado, 30% mais que em igual período de 2021. Segundo a instituição financeira, que conta com mais de 6 milhões de associados em todo o país e está fisicamente presente em mais de 200 municípios, o valor, recorde, foi distribuído por 190 mil operações com produtores rurais.

 

Geraldo Alckmin recebe agenda do setor de gás natural

Em audiência com o ministro da Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o grupo Coalizão pela Competitividade Gás Natural (CCGNMP) apresentou a situação atual do setor e propostas para o aumento de disponibilidade e competitividade do gás natural como matéria-prima, com ênfase no desenvolvimento do setor químico e de fertilizantes no Brasil.

Segundo a entidade, o objetivo é tornar o país menos dependente de importações, estimulando o surgimento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico. No atual contexto, o Brasil dispõe de grande quantidade de gás natural associado no pré-sal, porém longe dos consumidores industriais, já que quase a metade é reinjetada.

A previsão é que a oferta de gás natural no Brasil aumente muito até 2030, mas para que isso aconteça é preciso de investimentos em infraestrutura de gasoduto de escoamento e unidade de processamento, por exemplo, a fim de garantir a utilização pelo mercado nacional.

“Quando a coalizão apresentou os estudos preliminares ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin, o nosso foco foi a realidade atual, na qual o gás natural matéria-prima produzido no pré-sal da bacia de Santos, conta no momento com 45% de reinjeção, contra a média mundial de 20% e no futuro próximo o pós-sal de Sergipe será matéria prima essencial aos consumidores industriais”, disse em nota o presidente do grupo, Joaquim Maia.

De acordo com o executivo, a disponibilização do energético a preços competitivos para produção de químicos e fertilizantes pode gerar um ciclo virtuoso e sustentável de desenvolvimento ao país, além de contribuir para a eliminação da vulnerável posição que de importadores de insumos químicos e de fertilizantes, que o Brasil se encontra.

A coalizão diz que está iniciando um estudo detalhado do gás natural como matéria-prima, incluindo oferta, demanda, escoamento, gargalos existentes bem como tributação com recomendações de ações e políticas públicas junto à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

O motivo do encontro não é necessariamente novo. A entidade já havia apresentado a pauta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em janeiro, e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em julho de 2022.

A CCGNMP é um grupo formado por associações ligadas aos setores de engenharia industrial (Abemi), infraestrutura e indústrias de base (Abdib), indústria química (Abiquim), distribuidoras de gás canalizado (Abegas), transportes (CNT), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec/SE) e transportadoras de gás (TGBC).

1 de 1 — Foto: Pixabay

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Déficit da balança comercial dos EUA cresce menos que o esperado em dezembro

O déficit comercial de bens e serviços nos Estados Unidos em dezembro de 2022 foi de US$ 67,4 bilhões, US$ 6,4 bilhões acima do déficit revisado de novembro, de US$ 61,0 bilhões. O número, divulgado há pouco pelo Departamento de Comércio dos EUA, veio um pouco abaixo do projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de déficit de US$ 68,5 bilhões.

As exportações em dezembro caíram US$ 2,2 bilhões ante novembro, atingindo US$ 250,2 bilhões. Já as importações subiram US$ 4,2 bilhões, para US$ 317,6 bilhões. O aumento no déficit de bens e serviços em dezembro é resultado de um aumento no déficit de bens de US$ 7,4 bilhões, para US$ 90,6 bilhões, e um aumento no superávit de serviços de US$ 1,0 bilhão, para US$ 23,2 bilhões.

No acumulado do ano até dezembro, o déficit de bens e serviços aumentou US$ 103 bilhões, ou 12,2%, em relação ao mesmo período em 2021. As exportações aumentaram US$ 453,1 bilhões ou 16,3%, enquanto as importações cresceram US$ 556,1 bilhões ou 16,3%.

1 de 1 Comércio nos EUA — Foto: Jeff Gritchen/The Daily Breeze/AP

Comércio nos EUA — Foto: Jeff Gritchen/The Daily Breeze/AP

 

Ibovespa oscila após ata do Copom e à espera da fala de Powell

O Ibovespa opera perto da estabilidade terça-feira, enquanto o mercado analisa a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, e aguarda as considerações do presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos), Jerome Powell.

Por volta das 10h55, o Ibovespa caía 0,04%, aos 108.681 pontos, com máxima intradiária de 109.037 pontos e mínima de 108.079 pontos. O volume de negócios projetado para o índice no dia era de R$ 17,71 bilhões. No exterior, o futuro do S&P 500 recuava 0,16% e o Stoxx 600 operava em estabilidade.

Hoje pela manhã, o Copom divulgou a ata da última reunião. O documento reforçou que integrantes se preocupam com a situação fiscal do país. Apesar de reiterar a firmeza transmitida no comunicado da semana passada, o texto fez acenos ao governo federal, como no trecho que afirma que alguns membros disseram que o pacote fiscal editado pelo governo deveria aliviar o risco fiscal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a ata foi “melhor do que o comunicado”, considerando o documento divulgado hoje “mais amigável”.

Nos Estados Unidos, também há expectativa pela manifestação da autoridade monetária local. Hoje à tarde, o presidente do Fed, Jerome Powell, profere discurso que será monitorado de perto pelo mercado. Isso porque, na semana passada, o “payroll” americano mostrou que foram abertas mais de 500 mil vagas de trabalho no país em janeiro, muito acima do consenso de analistas. Agora, existe dúvida se o Fed manterá o ritmo mais lento de aperto monetário – na reunião mais recente, a instituição voltou a desacelerar a alta de juros, elevando a taxa em 0,25 ponto porcentual – ou se será necessário um ritmo mais veloz e um juro terminal mais alto do que se projetava anteriormente.

No noticiário corporativo, a expectativa é pelos balanços referentes ao quarto trimestre de 2022. O Itaú Unibanco publica seus resultados após o fechamento do mercado.

1 de 1 — Foto: Julio Bittencourt/Valor

— Foto: Julio Bittencourt/Valor