Tesouro Direto: juros de títulos públicos têm ligeira alta; holofotes estão na inflação nos EUA e na regra fiscal
![Tesouro Direto: juros de títulos públicos têm ligeira alta; holofotes estão na inflação nos EUA e na regra fiscal](https://marketinsider.com.br/wp-content/uploads/2023/04/real_moeda_020120a84t47195205-jpg.webp)
A quarta-feira (12) começa com a divulgação de que a inflação de março nos Estados Unidos ficou abaixo do estimado pelos analistas. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em março, na comparação com fevereiro, após alta de 0,4% no mês anterior, segundo dados com ajuste sazonal do Departamento do Trabalho americano. A inflação atingiu 5% no acumulado em 12 meses.
A inflação do mês ficou abaixo do estimado pelos analistas. O consenso Refinitiv apontava para alta de 0,2% em março na comparação com fevereiro. A projeção para 12 meses era de 5,2%. As informações reforçam as apostas de que possa haver um corte de juros no segundo semestre nos Estados Unidos.
Aqui no Brasil, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,90% na primeira prévia de abril, após cair 0,20% na mesma leitura de março, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, acelerou de 0,36% para 0,51% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,30%, após cair 0,02% em março.
Sobre o arcabouço fiscal, outra prioridade do mercado: a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, confirmou nesta terça-feira (11) que a proposta da nova âncora fiscal só será enviada ao Congresso na próxima semana, após a apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 na sexta-feira (14).
No Tesouro Direto, os juros dos títulos públicos apresentavam alta ou estabilidade na primeira atualização do dia, às 9h19. O Tesouro Prefixado 2026, que apresenta o piso das taxas entre os papéis prefixados, tinha retorno de 11,73% ao ano, acima dos 11,67% desta terça-feira. Já o Tesouro Prefixado 2033 oferecia remuneração de 12,47% ao ano, o mesmo valor de ontem.
O Tesouro IPCA+ 2045 oferecia retorno de 6,27%, acima dos 6,25% vistos na sessão anterior.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na manhã desta quarta-feira (12):
![Tesouro Direto](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2023/04/12.04.2023-tabela-2-manha.jpg?resize=837%2C1020&quality=70&strip=all)
![Tesouro Direto](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2023/04/12.04.2023-tabela-2-manha.jpg?resize=837%2C1020&quality=70&strip=all)
Inflação nos EUA
“Dados da inflação nos EUA ajudam o discurso de que o FED sobe mais uma vez os juros na próxima reunião”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB investimentos. Mas a previsão, segundo ele, é de que, depois, a taxa de juros fique estável.
Para Cruz, o corte na taxa poderá vir somente no final do ano. O setor de energia, segundo o especialista, ajuda a explicar queda mais forte da inflação em março.
Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, o relatório da inflação ao consumidor “é basicamente positivo”, o que “é bom também para o Brasil”, e o mercado vai questionar o aumento de 0,25 ponto percentual nas taxas do Fed, projetado antes do CPI.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,1% em março na comparação com fevereiro, após alta de 0,4% no mês anterior, segundo dados com ajuste sazonal divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho americano. A inflação atingiu 5,0% no acumulado em 12 meses.
A inflação do mês ficou abaixo do estimado pelos analistas. O consenso Refinitiv apontava para alta de 0,2% em março na comparação com fevereiro. A projeção para 12 meses era de 5,2%. O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, subiu 0,4% no mês e 5,6% nos últimos 12 meses.
O índice de habitação (“shelter”) teve a maior contribuição para a inflação mensal, com alta de 0,6% ante fevereiro e de 8,2% na comparação com março de 2022. Isso mais que compensou o declínio no índice de energia, que caiu 3,5% em março na comparação mensal pe 6,4% na anual.
O índice de alimentos, por sua vez, se manteve estável (0,0%) em março, mas ainda mostrou alta de 8,5% em relação a março do ano passado.
Arcabouço fiscal
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, confirmou, nesta terça-feira, que a proposta da nova âncora fiscal só será enviada ao Congresso na próxima semana, após o envio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 na sexta-feira, 14. Segundo ela, as últimas mudanças não foram fechadas a tempo de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assinarem o texto antes de viajarem à China.
IGP-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,90% na primeira prévia de abril, após cair 0,20% na mesma leitura de março, informou nesta quarta-feira (12) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A desaceleração foi puxada pelo declínio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), de 1,40%, ante queda de 0,36% no mesmo período em março.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, acelerou de 0,36% para 0,51% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,30%, após cair 0,02% em março.
CNI/PIB
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. De acordo com o Informe Conjuntural do 1º trimestre de 2023, divulgado nesta quarta-feira, a previsão da entidade para a expansão da economia brasileira passou de uma alta de 1,6% para 1,2%.
Mesmo com a redução na projeção, a indústria ainda está mais otimista que as expectativas do mercado. Segundo o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (10) pelo Banco Central, a mediana para a alta do PIB neste ano é de 0,91%.
De acordo com o Informe Conjuntural, “a desaceleração deve caracterizar a atividade econômica em 2023”. “Presente já nos últimos meses de 2022, parte desse comportamento se deve à perda do ritmo de crescimento do setor de serviços, que foi o responsável por grande parte do avanço do mercado de trabalho até o terceiro trimestre de 2022. Outra parte da desaceleração se deve aos efeitos restritivos da política monetária, que já vinham impactando negativamente a indústria e impedindo a recuperação do varejo ao longo de 2022”, diz o documento.
Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou hoje, para uma reunião de investidores da XP, nos Estados Unidos, que a inflação no Brasil caiu, mas pressões permanecem, citando componente de demanda “relativamente forte”. Campos Neto disse ainda que as expectativas de inflação de longo prazo estavam ancoradas em 2022, mas desde novembro passado iniciou-se um processo de deterioração. As informações são da Reuters.
Bolsas mundiais
Após abrir entre leves perdas e ganhos, o dólar chegou a cair cerca de 1% ante o real e a operar novamente abaixo dos R$ 5 após o dado de inflação ao consumidor (CPI) de março abaixo do esperado nos EUA. Já às 9h47 (horário de Brasília), a divisa comercial americana caía 0,62%, a R$ 4,976 na compra e na venda. Na mínima do dia, logo após a divulgação do indicador, a moeda chegou a R$ 4,946.
Os mercados asiáticos fecharam com alta, com exceção da Bolsa de Hong Kong. No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,57%, para 28.082 pontos, com investidores digerindo o índice de preços ao produtor do Japão e o relatório de pedidos de maquinário.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou em seu último relatório de estabilidade financeira que o banco central do Japão deveria ter mais flexibilidade em seu esquema para manter o rendimento de seus títulos do governo japonês de 10 anos em torno de 0%.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,86%, enquanto o Shanghai Composite, da China subiu 0,41% para 3.327,18 pontos.
A taxa de desemprego da Coreia do Sul, por sua vez, subiu para 2,7% em março, ante 2,6% em fevereiro, mostraram dados do governo.
No mercado europeu, os investidores estão digerindo o último relatório de crescimento global do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado na terça-feira, que inclui sua previsão de crescimento de médio prazo mais fraca em mais de 30 anos.