Reag adquire Empírica e chega a R$ 25 bilhões sob gestão

Reag adquire Empírica e chega a R$ 25 bilhões sob gestão
Reag adquire Empírica e chega a R$ 25 bilhões sob gestão

O apetite por aquisições da Reag Investimentos segue enorme. A empresa criada por João Carlos Mansur acaba de anunciar a aquisição da gestora de crédito estruturado Empírica Investimentos, com cerca de R$ 9 bilhões sob gestão.

Com a transação, a Reag se torna a terceira maior gestora de crédito do País com cerca de R$ 25 bilhões sob gestão. Com o movimento, incorpora toda a equipe de cerca de 100 pessoas da Empírica e ganha um braço forte na gestão de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e de créditos estruturados de forma geral.

“Os FIDCs são um instrumento muito interessante e que vem ganhando espaço no mercado. Mas exigem especialistas, por isso estamos contentes em poder contar com um time de referência no assunto para sermos também uma referência nele”, diz João Carlos Mansur, CEO da Reag, em entrevista ao NeoFeed.

Os FIDCs triplicaram de tamanho nos últimos três anos e têm ganhado relevância a partir das mudanças nas regras que ampliaram o produto de investidores qualificados e profissionais (com mais de R$ 1 milhão e aplicações) para o público em geral. Recentemente, a Solis Investimentos lançou o primeiro fundo para o varejo com cotas a partir de R$ 100.

Para a Empírica, a união com a Reag significa entrar em um grupo robusto de asset management e administração de recursos e ganhar forças na distribuição, além de fôlego para expandir em um momento crucial de mercado.

“A possibilidade de ganhar escala e ampliar o alcance e a visibilidade de produtos e serviços de crédito estruturado nos levaram a somar forças com as operações da Reag”, diz Leonardo Calixto, CEO da Empírica.

Essa é a segunda aquisição da Reag em menos de três meses. Em março deste ano, a empresa de Mansur adquiriu a gestora Quasar, que tinha cerca de R$ 1 bilhão, uma equipe de 20 profissionais e estratégias de operações estruturadas complexas, incluindo fundos imobiliários, fundos de special situations e fundos de crédito.

O time de M&A da Reag segue trabalhando a todo vapor para consolidar a asset como a maior e mais ampla gestora independente do País, com um portfólio multiproduto robusto. O plano é dobrar de tamanho nos próximos dois anos.

Para isso, a Reag está em negociações com outras casas em áreas como real estate, special situations, private equity e operações jurídica (como precatórios, legal claims e ativos judiciais), aproveitando o bom momento do mercado para fusões e aquisições.

“O mercado passou por uma transformação há 10 anos com o nascimento de várias gestoras independentes, mas agora chegou o momento da consolidação e da profissionalização”, diz Mansur.

Segundo estudo publicado pelo NeoFeed, o movimento de consolidação entre gestoras independentes está só no começo. E assets com menos de R$ 400 milhões sob gestão ativaram o “modo sobrevivência”.

“Não faz sentido ter quase mil gestoras aqui se nos Estados Unidos tem muito menos. Além disso, as assets precisam virar negócios robustos e não boutiques que vivem de uma geração de gestores. Acreditamos que podemos liderar essa nova transformação”, diz o CEO da Reag.

Uma empresa de muitos negócios

A Reag Asset é apenas um dos braços desse grupo financeiro que, somadas as áreas de gestão, serviços fiduciários, crédito, distribuição e assessoria financeira, detém R$ 163 bilhões sob gestão e R$ 191 bilhões sob administração.

A expansão inorgânica vem sendo uma marca do negócio de Mansur em todos os setores. No ano passado a empresa adquiriu a plataforma BizHub Ventures da Alvarez & Marsal (A&M), consultoria especializada em gestão de empresas, e entrou no segmento de venture capital com o lançamento da Reag Growth & Ventures.

Em 2022 e 2023, a empresa financeira adquiriu as gestoras de patrimônio Rapier Investimentos e Quadrante Investimentos – e outras aquisições em wealth management estão sendo analisadas para este ano.

O crescimento em várias frentes tem uma justificativa do ponto de vista de negócios. O plano de Mansur é dar solidez ao grupo e fazer da Reag um negócio perene e sustentável no longo prazo.

Para o CEO da Reag, é importante que a empresa sobreviva por décadas sem que isso esteja atrelado a uma única pessoa. Isso significa atrair grandes nomes do mercado como sócios, a exemplo da Empírica. E, no futuro (talvez não tão distante), realizar um IPO.

A marca Reag tem ido além. Para fortalecer e se tornar mais conhecida, o sócio Silvano Gersztel assinou um contrato de patrocínio com o Cine Belas Artes e evitou o fechamento de um dos cinemas mais antigos de São Paulo. O local passou a se chamar Reag Belas Artes, em um contrato que vai até 2029. Outros projetos de marketing devem ser anunciados em breve.

“No Brasil, só os bancos e seguradoras conseguiram se tornar grandes empresas corporativas, com marca forte e processos robustos. Temos a intenção de ser a primeira gestora a ocupar também esse feito”, afirma Mansur.