“Primo Pobre” agora investe em FIIs: “Quanto mais desespero para ganhar rápido, mais chance de perder”
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Um professor de música que fazia conteúdos aleatórios conseguiu mais de 1,3 milhão de inscritos em seu canal de YouTube após começar a publicar vídeos sobre dicas de finanças. Essa é a história de Eduardo Feldberg, apelidado de “Primo Pobre” por seus seguidores – que o “descobriram” em um vídeo de amortização de financiamento imobiliário.
Feldberg foi o convidado da última edição do Liga de FIIs, programa produzido pelo InfoMoney, com apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP e Thiago Otuki, economista do Clube FII.
Na conversa, Feldberg conta que o intuito original do seu canal não eram os investimentos, mas percebeu que podia ajudar outras pessoas a sair das dívidas e ter uma vida financeira com menos solavancos.
“Eu trabalhava para ganhar dinheiro e poupar, mas não investir. Assim como milhões de brasileiros, deixava tudo na poupança mesmo”, diz.
Ainda assim, acredita que era importante transmitir conceitos de educação financeira, sempre se valendo do exemplo próprio: começou a economizar aos 16 anos, sempre guardando o dinheiro na poupança e, mesmo com um salário baixo, aos 33 anos, às vésperas de casar, já tinha R$ 100 mil. Atualmente, o influencer tem 37 anos.
O nome foi dado pelos seguidores, em uma alusão a Thiago Nigro, do canal “Primo Rico”, que fala sobre investimentos.
Para Feldberg, o aumento do número de seguidores o levou a buscar mais informações sobre investimentos e, para dar os primeiros passos, começou a investir em renda fixa.
“Eu falo mais para quem tem dívidas, mas comecei a estudar sobre Tesouro Direto, LCIs [letras de crédito imobiliário]. Comecei a investir depois que aprendi”, conta.
Buscar informação
Aí reside uma das principais lições que o influencer procura disseminar: buscar conhecimento antes de tomar qualquer decisão, e com quem realmente entende do assunto.
A segunda lição é mostrar que é preciso ter paciência. “Quanto maior o desespero para ganhar dinheiro rápido, maior a chance de perder”, diz.
Após começar a investir em renda fixa, em 2021, recentemente viu que era hora de diversificar e ir para a renda variável. O “Primo Pobre”, então, encontrou nos fundos imobiliários uma alternativa.
Assim como milhares de brasileiros, o influencer sempre pensou em ter dinheiro para comprar imóveis e, assim, colher os frutos desse investimento – seja pela revenda ou aluguel.
“Mas para começar a fazer isso, um imóvel pode custar R$ 200 mil. Os fundos imobiliários dão a possibilidade de entrar nesse mundo a um valor mais acessível”, justifica.
Outro fator que atraiu Feldberg para o mundo dos FIIs foi a distribuição de dividendos. Pelas regras do setor, as carteiras precisam distribuir aos cotistas 95% do lucro, o que pode garantir uma renda recorrente. Fora isso, a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas também foi vista como um motivador para o FII ser a porta de entrada no mundo da renda variável.
Diversificação
Ainda dando os primeiros passos, ele optou pelos fundos de “tijolos”, ou seja, que investem em ativos imobiliários físicos. Seu resultado pode vir tanto da locação como da revenda.
“Mas eu busco sempre diversidade, então tem fundo de logística, de shopppings, que possuem agências bancárias. A minha regra é diversificar”, diz.
No entanto, ele pretende começar a investir em fundos de “papel”, que são aquelas que compram títulos de crédito imobiliário, e em Fiagros (fundos de investimento em cadeias agroindustriais).
Feldberg destaca ainda que, embora veja os investimentos como um caminho necessário, não são eles que levarão uma pessoa de menor renda a enriquecer.
“É obrigatório saber investir, mas o mais importante é trabalhar, ter renda extra, para mudar de vida. A ideia é trabalhar para ter mais dinheiro para poupar”, aconselha.