A CRAS Brasil, empresa líder nacional na exportação de óleo de amendoim, acaba de emitir um Certificado de Recebível do Agronegócio (CRA) de R$ 50 milhões.
De acordo com a companhia, os recursos obtidos na operação serão aplicados em matéria-prima da safra deste ano, a fim de garantir a constituição de estoque. A operação foi assessorada pela Lifetime Investimentos, gestora ligada ao BTG Pactual.
De acordo com o CEO da CRAS Brasil, Rodrigo Chitarelli, a ferramenta servirá para dar mais robustez às operações agrícolas e um contínuo desenvolvimento dos negócios.
“Por ser uma operação que capta recursos diretamente no mercado, tem-se um aval importante sobre a forma com que administramos os negócios”, disse Chitarelli em comunicado oficial.
Em uma entrevista dada ao AgFeed em março deste ano, Chitarelli afirmou que a empresa estava com dificuldades para acessar o sistema financeiro para obtenção de crédito.
Na ocasião, mencionou que a CRAS Brasil possuía um financiamento de R$ 45 milhões aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas que não havia conseguido acessar os recursos.
“Eles pedem uma carta de fiança e isso acaba complicando todo o processo. Eles mesmos chegaram a anunciar na imprensa a aprovação desse financiamento, e não liberam o dinheiro. É um crédito para armazenagem, algo fundamental para a nossa atividade, e que registra um déficit grande no Brasil”, afirmou o executivo.
Procurado, o BNDES afirmou que as operações de crédito do banco “usualmente” possuem algum tipo de garantia ou mitigador de risco.
“No caso da CRAS, a garantia da operação é uma fiança bancária. Nesse caso, enquanto não for apresentada uma carta de fiança bancária não poderá haver desembolso de recursos em favor da empresa”, diz o BNDES em nota enviada ao AgFeed há alguns meses.
A emissão do CRA também pode ajudar a empresa a atingir seus objetivos e estratégias traçadas para 2024.
Para este ano, o presidente projeta crescer o faturamento em 20%. A perspectiva está apoiada, segundo ele, em uma diversificação de receitas e na ampliação do parque industrial. “Essa ampliação vai adicionar 25% à nossa capacidade atual de esmagamento”. O investimento total no projeto é de R$ 15 milhões.
Em 2023, a empresa faturou cerca de R$ 460 milhões, um crescimento de 5% frente à receita anotada em 2022. “Ficamos abaixo da nossa expectativa, que era de atingir R$ 500 milhões em receitas”, afirmou Chitarelli ao AgFeed em março.
Somado a isso, a empresa anunciou na semana passada que vai atuar também no mercado de insumos, e começou a produzir e vender sementes de amendoim. A nova aposta da companhia recebeu investimento de R$ 4,5 milhões.
A Unidade de Beneficiamento de Sementes da CRAS tem uma capacidade de produção de 5 mil toneladas por ano. No local, a semente será separada e armazenada até o processo de debulha, classificação, testes, armazenamento e embalagem.
Neste ano, serão produzidas 800 toneladas, e a ideia é saltar para 2 mil toneladas em dois anos e gradativamente atingir a capacidade total.
“Esse crescimento será cuidadosamente planejado para assegurar uma multiplicação com qualidade e a satisfação dos produtores”, ressalta Chitarelli.
Além do amendoim, carro-chefe da CRAS, a empresa fundada em 2011 também atua com madeiras beneficiadas e como trading de soja, milho e glicerina
