No plano do Ouribank para ser multiproduto, demanda das assessorias por crédito é estratégica

No plano do Ouribank para ser multiproduto, demanda das assessorias por crédito é estratégica
No plano do Ouribank para ser multiproduto, demanda das assessorias por crédito é estratégica

O Ouribank, antigo Ourinvest, está retornando o business de crédito após se especializar em câmbio a partir de 2013. A área é estratégica para o plano do banco virar multiproduto, diversificar receitas e ganhar impulso com o cross seling. O foco são linhas de crédito para pequenas e médias empresas. Para chegar nelas, o banco aposta na grande demanda das assessorias de investimento.

Ao focar na operação de câmbio nos últimos anos, o Ourinvest se tornou um dos principais players B2B do segmento, tendo 705 parceiros como correspondentes cambiais. Esse crescimento veio da estratégia há oito anos de se aproximar do ascendente segmento de assessorias de investimento.

Hoje, cerca de 70% dos parceiros B2B do banco são as assessorias, que cada vez montam verticais de corporate mais completas, e veem a operação como mais robusta para atender as demandas corporativas de seus clientes. Assim, começou a surgir a procura por crédito.

“Começamos a ser demandados pelas assessorias a atuar com crédito. Elas perceberam que sem o crédito perdiam boa parte do relacionamento para a concorrência”, afirma Izzy Politi, diretor comercial do Ouribank.

Após uma pesquisa com esses parceiros cambiais, foi identificado que 60% deles queriam conjuntamente o serviço de câmbio e crédito. Desta base de clientes cadastrados pelos parceiros há mais de 2 mil clientes Pessoa Jurídica com perfil de operação de crédito e uma carteira de cerca de R$ 12 bilhões em dívida – uma fatia de mercado já robusta para atacar dentro da própria rede de relacionamento com os parceiros.

Politi, ex-superintende do banco Safra, juntou-se ao Ouribank no ano passado para estruturar a área, que já conta com 10 pessoas contratadas de bancos como Itaú, Safra, ABC e Alfa. O foco é o middle Corporate, com empresas com faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 300 milhões em operações de crédito de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões, segmento que é ignorado pelos grandes bancos, além de ser carente de soluções.

As linhas já em operação são em trade finance (voltadas ao comércio exterior) e crédito doméstico como capital de giro, antecipação de recebíveis e conta garantia. O banco quer conquistar R$ 2 bilhões em carteira de crédito até o fim de 2025.

“Queremos atuar tanto no B2B como no B2C, mas como banco focado para o B2B, vemos que somos muito competitivos em prestar esse serviço e esse será o nosso principal canal de crescimento, como foi o câmbio. Hoje o B2B representa cerca de 60% do nosso resultado”, diz Politi.

A nova vertical de serviço está na estratégia de diversificação de receitas da companhia, que hoje tem mais de 80% concentrada na operação de câmbio. Este ano, o banco também retomou ao segmento de real estate.

“Estamos no processo de voltar a ser um banco multiproduto, com uma ampla gama de produtos voltados a um nicho do qual acreditamos que há carência e somos competitivos. E o crédito é um importante fidelizador do cliente. Com ele, vem a demanda por diversos outros produtos e serviços, sendo estratégico”, afirma o diretor comercial do Ouribank.