Negócio da China: Mercadante tenta reviver BNDES do passado
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Volume da dívida adquirida pela instituição financeira somente com o banco chinês é 50% maior que o total obtido em todo o ano passado, quando pouco mais de R$ 19 bilhões foram tomados emprestados em operações com instituições multilaterais. Se o empréstimo com o banco chinês se concretizar, uma vez que ainda depende de aprovação da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal, a quantia deve ultrapassar os R$ 30 bilhões, com o câmbio atual.
De acordo com Mercadante, o dinheiro será utilizado para financiar projetos de infraestrutura, transição energética e industrialização. Na opinião de Ari Francisco de Araújo, coordenador do curso de Ciências Econômicas do IBMEC de Belo Horizonte, a ação indica uma tentativa do governo de tentar repetir um contexto do passado. “O governo deveria estar preocupado em ajustar o fiscal, o orçamento e assim por diante. O problema é essa fixação por elevação de despesa”, pontua. “No fundo, parece que esses recursos vão ser usados como no passado do BNDES para atender campeões nacionais, ou seja, para realizar financiamentos com juros subsidiados pela população para atender lobbies setoriais”, lembra Araújo.
Vale destacar também que há meses o Banco Central do Brasil tem alertado para o risco de ter de manter os juros elevados por mais tempo em função das chamadas políticas parafiscais. Aparentemente, Mercadante não está preocupado e já começou a inflar o BNDES rumo ao passado de glórias.