Na disputa dos bancos, BTG Pactual se consolida como segundo mais valioso do Brasil

Na disputa dos bancos, BTG Pactual se consolida como segundo mais valioso do Brasil
Na disputa dos bancos, BTG Pactual se consolida como segundo mais valioso do Brasil

Há cinco anos, o valor de mercado do BTG Pactual era de aproximadamente R$ 30 bilhões, o que colocava o banco como o quinto maior do País. Mas, depois de embarcar num processo de ampliação das frentes de negócios, o banco de André Esteves ganhou tamanho e alcançou um posto carregado de simbologia e se tornou a segunda instituição financeira em valor de mercado.

Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta em parceria com a plataforma Com Dinheiro obtido pelo NeoFeed, o BTG Pactual fechou o dia com valor de mercado de R$ 181,7 bilhões. Em seguida aparece o Banco do Brasil, com R$ 169,6 bilhões. Na quarta posição se encontra o Bradesco, valendo R$ 141,5 bilhões. Em primeiro lugar isolado está o Itaú, que conseguiu fazer uma mudança cultural e digital, e hoje tem um market cap de R$ 312 bilhões.

Em um pódio que se alternava entre Itaú e Bradesco, o posto – apesar de mudar ao sabor do mercado – não deixa de ser emblemático. Há cinco anos, poucos imaginariam que o BTG assumiria esse lugar de destaque no ranking dos grandes bancos. Aliás, se o clube dos chamados bancões era formado por Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander, o BTG entrou sem pedir licença. Isso se deve a alguns fatores.

A perda de valor de mercado do Bradesco é um dos motivos. Mas não só isso. O levantamento aponta que o banco da Cidade de Deus já tinha sido ultrapassado pelo BTG Pactual no começo do ano e viu o Banco do Brasil ocupar a terceira posição em meados de janeiro.

A consolidação do BTG Pactual na segunda posição é reflexo da diversificação pela qual passou a instituição de André Esteves ao longo dos anos. Mesmo sem contar com um ambiente favorável no mercado de capitais, prejudicando o desempenho de seu banco de investimentos, o BTG Pactual vem registrando desde o primeiro trimestre de 2023 bons resultados em outras frentes de negócios.

Analistas apontam que o banco vem montando uma estrutura de negócios “à prova de qualquer cenário”, com forte desempenho de áreas como corporate lending, asset management e wealth management. Essas frentes foram consideradas as principais responsáveis pelo lucro recorde do quarto trimestre, de R$ 2,8 bilhões.

A expectativa é de que a melhora das condições do mercado de capitais ajude a impulsionar o desempenho daqui em diante, ainda que os executivos do BTG demonstrem alguma cautela quanto a retomada dos IPOs.

Na terceira posição, o BB vem dissipando as desconfianças do mercado quanto a possíveis desmandos do governo apresentando resultados robustos nos últimos trimestres. Quando assumiu o comando do banco estatal, em janeiro do ano passado, Tarciana Medeiros afirmou que sua administração focaria na disciplina de capital, retorno ao acionista e no controle de despesas.

Junto com a concessão de crédito para o agronegócio, o BB apresenta um ROE na casa dos 20% – no terceiro trimestre, ele atingiu 21,3%, enquanto o Itaú teve um retorno de 21,1%, o Bradesco de 11,3% e o Santander de 13,1%.

Já para o Bradesco, a perda da segunda posição na ranking de market cap é um dos sintomas mais evidentes da pior crise da história recente do banco. Assim como outras instituições, o banco sofreu com a forte aceleração da inadimplência nos últimos dois anos, depois da forte concessão de crédito durante a pandemia.

Além de questões conjunturais, e do impacto da crise da Americanas, considerando que é um dos maiores credores, com R$ 4,8 bilhões a receber, o mercado enxerga que o Bradesco também ficou para trás, principalmente, no tema da digitalização – algo que o novo CEO, Marcelo Noronha, anunciou que será prioridade.

Noronha disse hoje em encontro com jornalistas que a própria estrutura do banco será simplificada, com redução de níveis hierárquicos, e o banco vai endereçar esforços para buscar mais espaço no bolso da alta renda.