Juro e situação fiscal faz bolsa cair e nem varejo se salva após aumento das vendas; dólar cai
As ações da bolsa de valores hoje são impactadas negativamente pelos juros futuros e percepção dos investidores quanto à situação fiscal. Isso dá continuidade ao estresse observado nos últimos dias depois de uma abertura positiva nesta quinta-feira (13).
O humor dos agentes locais segue bastante negativo, em meio aos sinais de esgotamento da estratégia do governo de promover um ajuste fiscal apenas pela arrecadação e da ausência de sinais do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de que pretende fazer esforços para conter as despesas.
Neste contexto, as notícias de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sofrido ataques de dentro do próprio governo ampliaram a percepção de risco doméstico dos agentes ontem.
Assim, perto das 12h, o Ibovespa descia 0,48%, a 119.364,30 pontos. No pregão anterior, a bolsa apresentou forte queda, ao menor nível para um fechamento desde novembro.
Dólar hoje
O dólar à vista inicia a sessão desta quinta-feira (13) em baixa em um pregão em que os agentes financeiros devem continuar atentos às discussões envolvendo a seara fiscal, em especial os projetos para compensar a desoneração da folha de pagamentos no Brasil. Além dos dados do varejo.
No horário mencionado, o dólar comercial era negociado em queda de 0,18%, cotado a R$ 5,4027.
No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, tinha alta de 0,42%, aos 105,09 pontos.
PPI dos EUA
O índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA caiu 0,2% em maio ante abril, informou o Departamento de Trabalho dos EUA. O dado voltou a ficar negativo depois de subir 0,5% em abril. Em março, o PPI caiu 0,1%. O resultado veio abaixo da expectativa de alta de 0,1% do consenso de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.
Já o núcleo do PPI – que exclui itens voláteis como energia, alimentos e comércio – ficou estável em maio, depois de subir 0,3% em abril.
Na comparação anual de maio e em base não ajustada, o PPI americano avançou 2,2%, mesmo resultado do mês anterior. Já seu núcleo subiu 3,2% em maio, acelerando em relação aos 3,1% vistos em abril, a maior alta registrada em 12 meses.
Segundo o Departamento de Trabalho, a queda no PPI foi provocada por uma retração de 0,8% no índice de demanda por bens, enquanto o índice de demanda por serviços permaneceu inalterado.
Varejo aumenta vendas, mas não reduz perdas na bolsa de valores hoje
Por outro lado, os números das vendas do varejo de abril avançam mais uma vez, mas não ajudam o desempenho do setor na bolsa de valores hoje. Petz (PETZ3) cai 1,14%, Lojas Renner (LREN3) desce 1,80% e Magazine Luiza (MGLU3) tinha queda de 3,32%.
O volume de vendas do varejo restrito avançou 0,9% em abril, proporcional a uma alta de 2,2% ante o mesmo mês em 2023.
Já a leitura ampliada (que engloba todos os setores varejistas, incluindo as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e os atacarejos) recuou 1%, o equivalente a uma expansão de 4,9% frente a abril de 2023.
“Com esse resultado, as vendas no comércio varejista no país avançaram pelo quarto mês consecutivo. Assim, continuam no maior patamar da série histórica”, ressalta Igor Cadilhac, economista do PicPay.
Das oito atividades de pesquisa do varejo restrito, cinco tiveram resultados positivos em abril.
As principais influências vieram do setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%). Além disso, a maior alta foi de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%). Isso refletiu “um bom desempenho do consumo nos lares brasileiros e a estabilidade do dólar no mês”, diz Cadilhac.
O que mais movimenta a bolsa de valores hoje
Além disso, contribui para a cautela na Europa o discurso do membro do Conselho do Banco Central Europeu, Joachim Nagel.
Ele alertou que o crescimento dos preços ao consumidor na zona do euro está se mostrando persistente.
Com informações do Valor Econômico
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