Ibovespa perde os 122 mil pontos após novas críticas de Lula ao BC; dólar dispara e chega a R$ 5,51
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O Ibovespa abriu a sessão desta quarta-feira, 26, em queda de 0,43% aos 121.809 pontos. O mercado repercute entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à UOL e dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15). Com um tom mais negativo no mercado, o dólar dispara e sobe mais de 1%, chegando na casa dos R$ 5,51, maior nível intraday desde novembro de 2022.
O mercado doméstico acompanha o exterior. Na manhã desta quarta-feira, o S&P 500, Dow Jones e bolsas europeias recuam, em meio a dúvidas sobre a política monetária dos Estados Unidos, somado ao temor de que a extrema direita tenha ganhos significativos nas eleições legislativas da França, cujo primeiro turno foi antecipado para este final de semana.
Ibovespa hoje
- IBOV: -0,43% aos 121.809 pontos
Em entrevista à UOL, Lula voltou a criticar o BC por manter a taxa de juros em 10,50%. O presidente da República também disse que “não indica o presidente do BC para o mercado, mas para o Brasil”, e continuou: “Não preciso de lei para dizer que o BC tem autonomia, precisamos respeitar a função da instituição.”
Em relação à despesas, Lula diz que os benefícios para os mais pobres não serão mexidos, e que é necessário analisar se o problema são as despesas que precisam ser cortadas ou aumentar a arrecadação. Entretanto, o presidente afirmou que é necessário “ter o cuidado de não gastar mais do que arrecada; isso vale para as famílias e para o Brasil.”
Segundo Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank, ainda crescem as dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais, apesar de dados positivos de arrecadação em maio. “Em Brasília, debates sobre a renegociação de dívidas estaduais e medidas para compensar a desoneração da folha de pagamento reforçam a postura defensiva dos investidores. Esses fatores contribuem para o ambiente de incerteza e aversão ao risco no mercado doméstico.”
IPCA-15
Na agenda dos indicadores econômicos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação. O dado veio abaixo das projeções do mercado, com a inflação avançando 0,39% em junho, frente a estimativa do consenso LSEG de 0,45%, e representando uma queda de 0,05 ponto percentual em relação a maio, quando o índice registrou alta de 0,44%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA registra alta de 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses acumulados até maio e também abaixo das projeções de 4,12%. Já o núcleo do IPCA-15, que não considera os componentes mais voláteis de alimentação e energia, cresceu 0,27% no mês.
Segundo Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, o IPCA-15 de junho pode ser considerado uma surpresa favorável, com o índice cheio vindo abaixo do esperado, mas é preciso olhar a dinâmica mista na sua composição. “Por um lado, os núcleos seguem bem-comportados, mas o núcleo de serviços se manteve pressionado na margem e houve a reversão da deflação de bens.”
Já Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, aponta que o dado é “médio” e abre possibilidades para reforçar uma percepção mais negativa dos agentes quanto às expectativas inflacionárias para 2024, 2025, 2026. “Deve ser mais lida nesse sentido do que no sentido benigno de que o Brasil estaria com a estabilização inflacionária sob controle.”
Aprovação da meta de 3%
O mercado também espera a publicação do decreto que estabelece a meta contínua de inflação de 3% a partir de 2025. A expectativa é que o decreto seja publicado no Diário Oficial da União (DOU) antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), às 15h, para que o colegiado possa fixar a meta.
A meta foi validada na véspera, em uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT) e a ministra substituta da Casa Civil, Miriam Belchior (PT).
Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central, também participou do encontro. A autoridade é o nome mais cotado para ser indicado por Lula para ser o novo presidente do BC em 2025, após o mandato de Roberto Campos Neto acabar em dezembro deste ano.
Dólar hoje
Nesta quarta-feira, 26, o dólar sobe 1,09% para R$ 5,514. Na última sessão, a moeda fechou em alta de 1,16%, cotado a R$ 5,453.
Como é calculado o índice Bovespa?
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
Que horas abre e fecha a bolsa de valores?
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 16h55.
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