IBC-Br, Haddad na Febraban e Petrobras (PETR4): o que move o mercado
Os mercados internacionais operam majoritariamente em queda nesta sexta-feira, 14. Na Europa, as bolsas abriram em queda, com a bolsa de Paris perdendo mais de 2% diante das incertezas com as eleições do país que podem resultar, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, na vitória da extrema-direita. Nos Estados Unidos, os índices futuros caem à espera de projeções da inflação e após os índices Nasdaq e S&P 500 registrarem novas máximas históricas ontem.
Por aqui, ainda impactado pelo temor fiscal, o Ibovespa futuro recua. Na Ásia, as bolsas fecharam em tom misto, com o Banco Central do Japão (BoJ) decidindo manter a taxa de depósitos inalterada na faixa de 0% a 0,1%. A decisão já era esperada pelo mercado, mas a novidade veio com a sinalização do BoJ em reduzir as aquisições dos títulos – o que será definido em sua próxima reunião, no fim de julho.
IBC-Br e expectativas de inflação nos EUA
Na agenda dos indicadores, o Banco Central (BC) divulga hoje, às 9h, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Brasil), conhecido como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que o indicador mostre um avanço de 0,40% em abril, após cair 0,34% em março.
No último Boletim Focus divulgado esta semana, o BC elevou a mediana do PIB para 2024 de 2,05% para 2,09%. Já para 2025, 2026 e 2026, o PIB se manteve em 2%. Já às 10h, O Ministério da Fazenda divulga o boletim Prisma Fiscal, com as previsões do mercado para os principais indicadores fiscais.
Nos Estados Unidos, às 11h, sai a pesquisa da Universidade de Michigan com as expectativas de inflação e a confiança do consumidor. O último dado divulgado da economia americana foi o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que registrou queda de 0,2% em maio enquanto mercado esperava variação positiva de 0,1%. Na comparação anual o índice ficou em 2,2%, também abaixo dos 2,5% esperado.
O PPI tem itens que compõem o Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), principal referência para a inflação dos EUA, o que animou os mercados para alimentar as apostas em dois cortes de juros neste ano.
Haddad se reúne com setor bancário
O mercado acompanha com atenção redobrada o encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com representantes de grandes bancos em São Paulo, às 9h30. Haddad tem sido o foco do mercado nesta semana após o Senado ter devolvido sua medida provisória (MP) que limitava a compensação de crédito do PIS/Cofins para a manutenção da política de desoneração da folha de empresas e municípios até 2027. Haddad disse não ter “plano B” para compensar a desoneração depois da devolução da MP.
O movimento afundou a bolsa, já que gerou uma grande desconfiança no mercado sobre a perda de força do ministro. Ontem, em uma tentativa de contornar a situação, Haddad disse que o governo vai colocar propostas na mesa e manter um ritmo mais intenso de trabalho sobre a agenda de cortes de gastos, fazendo uma revisão ampla de despesas. Ao lado da ministra do Planejamento, Simone Tabet (MDB), Haddad disse que, juntos, o governo fará uma “revisão ampla, geral e irrestrita de gastos para 2025”.
O Senado avaliou seis medidas de compensação para controlar as contas públicas, cobrindo os custos da desoneração da folha de empresas e municípios (refis de débitos com agências reguladoras, utilização do dinheiro esquecido em contas judiciais, nova repatriação, ‘taxação das blusinhas’ e atualização dos ativos no Imposto de Renda). Entretanto, as medidas somam, no total, R$ 16,8 bilhões de arrecadação adicional, ou seja, R$ 10 bilhões a menos do que a Fazenda diz ser necessário.
Petrobras (PETR4)
As ações da Petrobras (PETR4) podem sentir um impacto negativo hoje após a petroleira encerrar o processo competitivo para venda integral de sua participação na Metanol no Nordeste (Metanor). A participação é correspondente a 50% do capital votante e 34,54% do capital total. A fase vinculante para a venda tinha sido anunciada em dezembro de 2022.
A razão do interesse dos investidores é que a decisão pode marcar um retrocesso no plano de venda de ativos da empresa implementado pelo governo anterior e mantido pela administração do ex-presidente Jean Paul Prates. Como esse processo de desinvestimento é a contragosto do governo atual, pois vai contra a estratégia do Planalto de reativar as refinarias da petroleira para suprir a demanda doméstica, a decisão pode reavivar no mercado a percepção de interferência política na gestão da companhia.
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