Grupo Casas Bahia (BHIA3) salta 20% na bolsa após acordo para reestruturação de dívida
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As ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3) disparam no pregão desta segunda-feira, 29, com investidores reagindo positivamente ao acordo de recuperação extrajudicial firmado com o Bradesco e Banco do Brasil, que detêm 66% da dívida total e 55% da dívida a ser reestruturada. Negociados próximos da máxima do dia, os papéis da Casas Bahia subiam 19,85% às 11h34, a R$ 6,51.
O plano de recuperação deverá ser votado em até 30 dias após sua apresentação à Justiça, prevista para a próxima semana. A operação requer a aprovação de maioria simples, mas já é dada como certa, tendo em vista que o BB e o Bradesco, com 55% da dívida a ser reestruturada, já deram o aval à recuperação.
O reperfilamento da dívida previsto no acordo garante a Casas Bahia a redução 1,5 ponto percentual no custo médio de dívida, totalizando economia de R$ 60 milhões por ano. A melhora no fluxo de caixa é de R$ 4,3 bilhões em quatro anos, sendo de R$ 1,5 bilhão em 2024. O prazo médio da dívida passou de 22 meses para 72.
A recuperação extrajudicial é mais simples que uma recuperação judicial e envolverá apenas debêntures da Casas Bahia e títulos cláusula de compromisso. Os credores poderão, trimestralmente, converter parte da dívida em ações entre o 18º e o 36º mês após a aprovação do plano de recuperação. O Grupo Casas Bahia tem outros R$ 5 bilhões em dívida em operações de risco-sacado e CDCIs para financiamento de vendas a crédito.
Expectativas do mercado
“Diferentemente da recuperação judicial, a recuperação extrajudicial tem alcance limitado, não impactando as demais dívidas da empresa. A recuperação extrajudicial também não tem impacto no relacionamento da empresa com seus fornecedores e clientes e tem duração bem menor. A previsão é que seja concluído em um ou dois meses”, afirma o relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME). “A operação já está aprovada, o que mitiga praticamente todos os riscos envolvidos nesse tipo de processo.”
Analistas do Safra consideraram a operação positiva para companhia, dado o alívio no fluxo de caixa de curto prazo. Eles ressaltam, porém, que o alongamento da dívida irá aumentar substancialmente o pagamento total de juros, de R$ 971 milhões para R$ 2,397 bilhões, apontam os analistas. “Do lado da empresa, acreditamos que a gestão terá agora a oportunidade [e o tempo] de focar nas alavancas operacionais do turnaround, como o lançamento do FIDC, que a nosso ver deve acontecer em breve e proporcionará à empresa a oportunidade de aumentar as vendas com mais crédito a ser concedido aos clientes”, afirma o Safra.
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