Em cúpula do G7, Lula e Milei dividem primeira agenda internacional de forma discreta
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Entre os representantes do Sul Global convidados para a cúpula do G7, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Javier Milei, mantiveram uma distância discreta na primeira agenda internacional compartilhada pelos líderes dos dois maiores países sul-americanos. Lula e Milei devem retornar da Europa sem uma audiência pessoal entre os dois.
Os dois presidentes participaram, na manhã desta sexta-feira, da sessão sobre Inteligência Artificial e Energia, a mesma em que o Papa Francisco discursou pela proibição de “armas autônomas letais”. Fotografados com outros líderes mundiais, Lula e Milei não posaram juntos para fotos. Durante a audiência que participaram, ficaram separados pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que sentou ao lado de Milei, e pelos líderes de Turquia, Jordânia e Argélia.
A imprensa italiana especulou sobre o possível primeiro encontro entre Lula e Milei no país, antes do início do evento. De acordo com as fontes italianas, o encontro era uma expectativa pessoal da premier da Itália, Giorgia Meloni. À agência francesa AFP, o Itamaraty afirmou que “não houve solicitação” da Argentina para um encontro bilateral.
Lula e Milei evitam aproximações, ao passo que seus governos mantém uma relação institucional e diplomática de alto-nível, entre dois importantes parceiros regionais. Durante as eleições argentinas, o entorno do presidente expressou apoio direto ao candidato derrotado, Sergio Massa, enquanto Milei manteve contato direto com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na posse do presidente argentino, Lula não viajou a Buenos Aires — Bolsonaro, sim.
Lula e Milei foram convidados dos líderes ocidentais como parte do diálogo com o Sul Global, que inclui amplamente a América Latina, África e grande parte do Oriente Médio e da Ásia. Meloni disse que os convites aos líderes externos ao bloco tinham objetivo da “fortalecer o diálogo com as nações” do Sul Global.
Em texto publicado no New York Times, os analistas Steven Erlanger e Mark Landler afirmaram que o foco a líderes não-ocidentais, mencionando nominalmente primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente Lula seria um “reconhecimento de que o Ocidente é menos dominante demograficamente e economicamente no mundo do que no passado”.
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