Dólar tem nova queda e chega a atingir R$ 4,90 com novos dados da economia dos EUA
![Dólar tem nova queda e chega a atingir R$ 4,90 com novos dados da economia dos EUA](https://marketinsider.com.br/wp-content/uploads/2023/04/GettyImages-1178308887-1-jpg.webp)
O dólar tem novamente uma sessão de baixa e chegou a atingir os R$ 4,90 na mínima do dia, seguindo o movimento de baixa de olho nos indicadores econômicos.
Às 10h (horário de Brasília) desta quinta-feira (13), a divisa comercial americana caía 0,29%, a R$ 4,927 na compra e na venda, ainda que desacelerando as perdas após chegar a bater os R$ 4,905 na mínima do dia.
Nesta manhã, mais um dado de inflação veio abaixo do esperado nos EUA e contribuiu para o cenário de queda da moeda. O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 0,5% em março em dados dessazonalizados, ante queda de 0,1% em fevereiro. O consenso Refinitiv apontava para estabilidade no mês e alta de 3,0% no ano.
O índice básico de preços – que exclui as variações de preços de categorias mais voláteis como alimentos, energia e margens de fornecedores – subiu 0,1% em fevereiro em relação ao mês anterior.
Na véspera, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos no acumulado de 12 meses desacelerou de 6%, em fevereiro, para 5% em março. Na comparação mensal, houve alta de 0,1% em março ante fevereiro, abaixo da mediana de analistas consultados pelo Broadcast, de alta de 0,2%.
Também contribuindo para a queda da divisa, esteve o dado de pedidos de auxílio desemprego no país, que aumentou mais do que o esperado na semana passada, mais um sinal de que as condições do mercado de trabalho estão se afrouxando à medida que os custos de empréstimos mais altos afetam a demanda na economia.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 11.000, para 239.000 em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 8 de abril. Economistas consultados pela Reuters previam 232.000 pedidos para a última semana.
Os mercados financeiros estão apostando que o Federal Reserve aumentará os juros em mais 25 pontos-base em sua reunião de política monetária de 2 a 3 de maio, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Esse provavelmente será o último aumento de juros na campanha de aperto monetário mais rápida do banco central dos EUA desde o final dos anos 1980.
No mês passado, o Fed elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, mas indicou que estava prestes a interromper novos aumentos das taxas em um aceno à turbulência do mercado financeiro. O Fed aumentou sua taxa básica de juros em 475 pontos-base desde março passado, do nível próximo a zero para a faixa atual de 4,75% a 5,00%.
Na véspera, o mercado de câmbio já havia refletido o resultado da inflação em março a partir da avaliação de que a desaceleração dos preços pode levar o Fed a antecipar o fim do ciclo de aperto monetário.
Nesse contexto, na última quarta, o real apresentou o melhor desempenho entre divisas de países emergentes e exportadores de commodities: o dólar fechou o dia em queda de 1,3%, cotado a R$ 4,94 – menor valor de fechamento desde 9 de junho passado.
“O grande fator para a queda do dólar é certamente a mudança da perspectiva para a política monetária americana. A projeção para os FedFunds no fim do ano caiu recentemente de 5,60% para 4,38%. Isso teve grande impacto no valor do dólar frente a divisas emergentes”, afirmou o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira. “O resultado aumentou as apostas de que o Fed (o banco central americano) pode ser menos duro na alta de juros, o que foi positivo para moedas emergentes”, completou a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.
Em relatório, o Bradesco BBI apontou que, em seu caso base, assume o dólar a R$ 5,20 em 2023 e a R$ 5,25 em 2024, mas reforça que os riscos parecem claramente enviesados para um real mais forte, o que pode ajudar a acelerar o processo de desinflação no país. Cabe destacar que, também nesta semana, foi divulgado o IPCA abaixo do esperado e notícias sobre arcabouço fiscal que também contribuíram para a queda da divisa americana.
(com Estadão Conteúdo e Reuters)