O dólar fechou em alta frente ao real nesta quinta-feira (20), refletindo o avanço da moeda norte-americana no exterior das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a reunião do Copom, na véspera. A divisa fechou a R$ 5,462, o maior valor desde os R$ 5,498 do dia 22 de julho de 2022.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu na véspera manter a taxa Selic em 10,50% ao ano.
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Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista subiu 0,38%, para R$ 5,462 na compra e na venda. Na máxima, a divisa chegou a R$ 5,469. Já o contrato futuro de primeiro vencimento avançava 0,58%, aos 5.459 pontos, por volta das 17h15.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2024.
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Lula lamenta decisão do Copom: “quem está perdendo com isso é o Brasil”
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,462
- Venda: R$ 5,462
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,480
- Venda: R$ 5,660
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O que acontece com moeda hoje?
A moeda norte-americana virou para o positivo pouco depois das 12h, enquanto Lula dava entrevista a uma rádio do Ceará. Nela, ele voltou a questionar a autonomia do Banco Central e disse que a decisão de quarta-feira do Copom, interrompendo o ciclo de cortes da Selic, “foi uma pena” para o povo brasileiro.
A virada do dólar ante o real coincidiu com a desaceleração do Ibovespa, em especial entre as ações sensíveis à curva de juros brasileira, e com a redução da queda dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).
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Depois de sete quedas seguidas, o Copom interrompeu, em decisão unânime, o ciclo de cortes da taxa básica de juros, iniciado em agosto do ano passado, e manteve a Selic em 10,50% ao ano. O resultado era amplamente esperado pelo mercado, em meio ao impasse do governo Lula na condução da política fiscal e ao aumento das expectativas de inflação.
Mais do que o resultado, a grande expectativa dos agentes econômicos era sobre o placar da decisão, sobretudo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomar a ofensiva contra o BC e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. A votação unânime agrada o mercado, depois da forte divisão da reunião de maio.
Na ocasião, cinco diretores herdados do governo Jair Bolsonaro votaram pela redução da Selic em 0,25 ponto porcentual, enquanto os quatro indicados por Lula votaram por uma queda maior, de 0,5 ponto. O racha levantou suspeitas de que poderia haver uma divisão política dentro do Copom e gerou ruídos no mercado – o que contribuiu para a piora das expectativas e para uma alta expressiva do dólar nas últimas semanas.
No exterio, a moeda americana também se fortalece. Por volta das 17h15, o dollar index, que mede o comportamento da divisa ante uma cesta de moedas, subia 0,36%, para 105.630 pontos.
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(Com informações da Reuters)