Copom ‘acerta o tom’, mas descarta novos cortes; ‘Selic onde está é suficiente para inflação convergir para meta’
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O Comitê de Política Monetária (Copom) “acertou o tom” no comunicado da reunião desta quarta-feira (19), avalia o vice-presidente sênior de pesquisa econômica do Itaú Unibanco, Fernando Gonçalves. Os diretores optaram manter a taxa Selic no patamar de 10,50% ao ano de maneira unânime.
Segundo Gonçalves, parte do tom foi dado, justamente, pela unanimidade da decisão. “Mostra um Comitê unido na missão de convergir as expectativas de inflação“, diz ao classificar a comunicação como positiva.
Ele diz ainda que, se não houvesse unanimidade, teria um impulso adicional no movimento de desancoragem. “Não acho que inaugurou um processo de desancoragem, mas ajuda a evitar deteriorações adicionais”, afirma em entrevista ao Money Times.
Além disso, o VP de pesquisa do Itaú destaca o cenário de referência indicado pelo Banco Central (BC). O Copom diz que, se a taxa Selic for mantida constante, as projeções de inflação podem se situar em 4% para 2024 e 3,1% para 2025.
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Gonçalves diz que, com a projeção, os diretores passaram a mensagem de que “a Selic onde está é o suficiente para fazer a inflação de 2025 convergir para a meta do horizonte relevante. Não precisa subir juros”.
No entanto, ele ressalta que o Copom também descarta novos cortes de juros este ano ao mencionar que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação”.
“Fica um cenário de juros altos por tempo prolongado como mensagem base”, analisa.
Copom de olho no fiscal
Gonçalves, do Itaú, destaca ainda o trecho em que o Copom afirma acompanhar os temas fiscais, que impactam a política monetária e os ativos financeiros, pincipalmente o dólar.
“É correto mencionar o tema fiscal e os impactos que isso tem tido em preços de ativos”.
No comunicado os diretores afirmam que “o Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.
“Vai na direção correta de tentar sinalizar compromisso e preocupação com as expectativas de inflação”, diz o VP de pesquisa.
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Trajetória da Selic
Na reunião de hoje, o BC interrompeu o ciclo de flexibilização da política monetária, iniciado em agosto de 2023. No afrouxamento, houve uma redução de 0,25 ponto porcentual (p.p.) e outras seis de 0,50 p.p.
Antes de iniciar a flexibilização, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023. O ciclo de aperto monetário, que precedeu essa pausa, começou em março de 2021 e seguiu por 12 reuniões consecutivas.
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