Cogna (COGN3): resultado “poluído” no 4T23 faz ações caírem 10%
As ações da Cogna (COGN3) figuram entre as maiores quedas do Ibovespa desta quinta-feira, 21. Na véspera, a holding de educação reportou um prejuízo líquido na ordem de R$ 397 milhões, o que representa um crescimento de 95% frente ao apurado em 4T22. Por volta das 15h45, os papéis cediam 10,78%.
No balanço divulgado, a Cogna justificou que o impacto em seu lucro foi algo “pontual”, visto que foram realizados ajustes de baixa de imposto de renda diferido, decorrentes de prejuízos fiscais em empresas do grupo. Além disso, a empresa destacou os crescimentos contabilizados na receita líquida trimestral, geração de caixa, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e margem, mas esses números não foram suficientes para segurar a queda das ações no pregão de hoje.
COGN3 é impactada por não-recorrente no 4°tri
Em relatório, a Genial Investimentos aponta que a retomada do cenário macroeconômico, que deixou o ambiente mais favorável para o retorno dos alunos aos seus compromissos com a educação superior. E isso foi um ponto favorável para a Cogna e seus pares de setor. “Apesar de um não-recorrente que impactou fortemente a última linha do resultado, derivado da baixa de imposto de renda diferido, enxergamos o resultado como positivo”, dizem.
Embora tenham preferência pela Yduqs (YDUQ3), a corretora manteve a recomendação de manter nos papéis COGN3. Os analistas da Genial explicam que o anseio de criar novos cursos dentro do programa governamental “Mais Médicos” refletiu em uma baixa de imposto de renda diferido sobre um prejuízo fiscal de uma das faculdades de medicina. A escolha gerou duas consequências: ajuste nos planos de reorganização societária e uma baixa no montante de R$ 434 milhões.
Receita e Ebitda da Cogna são destaques no 4T23
Apesar do não-recorrente ter impactado a Cogna no quarto trimestre, outros números foram considerados positivos pela Genial. A receita líquida da holding cresceu 12,5% na comparação com o 4T22, enquanto o Ebitda recorrente contabilizou R$ 552 milhões, alta anual de 16,9%, impulsionados pelas três unidades de negócio da holding: Kroton, Vasta e Saber.
Já os analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) apontam que a Cogna relatou resultados fracos, “poluídos por vários itens não recorrentes” e dizem que o principal ponto positivo foi a geração de fluxo de caixa operacional, que atingiu R$ 241 milhões. Eles também apontam que a receita apurada foi além das suas projeções, “como crescimento da receita desacelerando significativamente na Kroton (alta de 1,7% a/a), compensado pelo forte ciclo do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) da Saber”.
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