BNP Paribas e Axa podem se unir para criar gigante com € 1,4 trilhão sob gestão

BNP Paribas e Axa podem se unir para criar gigante com € 1,4 trilhão sob gestão
BNP Paribas e Axa podem se unir para criar gigante com € 1,4 trilhão sob gestão

As ações das duas instituições financeiras francesas Axa e BNP Paribas estão subindo mais de 2% na quinta-feira, 4 de julho, em meio à expectativa de que as empresas criem uma joint venture com suas gestoras de ativos. O resultado será uma maiores asset managements da Europa, com € 1,4 bilhão sob gestão.

A AXA está procurando soluções para alavancar seu business de gestão de ativos e estaria em negociações com empresas francesas, entre elas o banco BNP Paribas, o que poderia resultar em uma joint venture entre suas gestoras, informa a Bloomberg.

Por trás desse M&A está a busca da Axa para ser mais resiliente aos riscos de mercado. Há alguns anos, a seguradora mudou o seu foco de seguros de vida para de propriedades, acidentes e saúde com esse objetivo. E o negócio de gestão de ativos gere, principalmente, os rendimentos dos prêmios do business de seguros e estratégias de renda fixa. Ou seja, a asset tem limitações de expertise para crescer.

Já o BNP Paribas estaria aberto a acordos principalmente por estar buscando investimentos para o seu excesso de caixa após a venda do seu negócio de varejo nos EUA no fim de 2021, agora com a perspectiva novamente de taxas mais baixas de juros e mais necessidade de busca por rentabilidade.

Além de uma reestruturação do banco nos últimos dois anos para focar em áreas que se considera com mais vantagem competitiva, que acabou culminando inclusive no fechamento do seu Private Banking no Brasil.

No fim de março, a Axa Investment Managers tinha € 859 bilhões em ativos sob gestão, enquanto o BNP Paribas Asset Management tinha € 562 bilhões, de acordo com os seus respectivos websites. As duas empresas não quiserem comentar sobre as negociações particulares até a publicação desta reportagem.

O movimento da AXA em busca de uma parceria, cujo principal business é uma seguradora, é mais um movimento de consolidação na indústria de fundos mundial, que mostra que escala é determinante para continuar no jogo. Diversas gestoras de bancos e seguradoras estão sendo consideradas pequenas demais para serem lucrativas.

A maior gestora de ativos da Europa, a francesa Amundi SA com US$ 2,3 trilhões sob gestão, tem sido uma das principais consolidadoras do mercado em busca de aumentar a sua escala comprando diversas boutiques de gestão. Em 2021, o Goldman Sachs Group adquiriu o braço de gestão de ativos da seguradora holandesa NN Group NV.

Outro movimento importante tem sido a compra por parte de grandes gestoras de boutiques de gestão com áreas e estratégias complementares. Recentemente, está em voga estratégias em mercados privados, com as gigantes Franklin Templeton e a BlackRock liderando aquisições desse segmento.

O Brasil possui um setor de gestão de ativos ainda mais pulverizado, principalmente em relação ao tamanho do seu mercado, com quase mil gestoras de ativos. Porém, 80% do total sob gestão está concentrado nas 50 maiores, e as menores estão em um movimento de consolidação em busca de rentabilidade.

Por aqui, os grandes consolidadores têm sido grandes assets como Vinci e Pátria, e também grandes instituições financeiras como a Reag, que recentemente adquiriu a Empírica e a Quasar, e XP e BTG, que tem comprado participações em gestoras nos últimos anos. Prova de que em todos os cantos do globo o business de asset managament é cada vez mais coisa de gente grande.

Na bolsa de valores, o valor de mercado do BNP Paribas é de € 72,6 bilhões enquanto o da AXA é de € 72,1 bilhões.