Barbosa defende linha de crédito no BNDES para reconstrução do RS
Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), defendeu nesta 2ª feira (20.mai.2024) a criação uma linha de crédito subsidiada para reconstrução do Rio Grande do Sul. Declarou que o volume dos recursos envolvidos e o prazo necessário torna “inevitável” uma participação “mais direta do governo”.
“O BNDES vai cumprir o seu papel, auxiliando o Ministério da Fazenda e as demais autoridades regionais nessa reconstrução”, disse o diretor do BNDES.
Ela participou nesta 2ª feira (20.mai.2024) do evento “Construindo soluções financeiras sustentáveis: bancos públicos de desenvolvimento e o G20”, realizado no Rio de Janeiro. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, não compareceu.
Barbosa disse que há mais de 520 bancos de desenvolvimento no mundo, sendo que o Brasil é um dos países que tem o maior número, juntos com Estados Unidos e Índia. Afirmou que essas instituições financiam aproximadamente de 10% de todo o investimento no mundo.
“[Os bancos de desenvolvimento] São as instituições mais adequadas para lidar com os desafios desse século, tanto de superação de pobreza, desenvolvimento de infraestrutura e transição climática. Isso exige uma capital mais paciente, planejamento e coordenação por parte do Estado para combinar recursos públicos com recursos privados”, disse.
O diretor declarou que o Fundo Clima –que tem recursos do Tesouro Nacional– tem cerca de US$ 2 bilhões para financiar a transição climática. Os juros para os projetos são subsidiados. Ele declarou que o BNDES fez um levantamento e avaliou a perspectiva de colocar mais recursos no fundo.
“Já recebemos consultas na casa de R$ 30 bilhões, mostrando que, se houver organização do governo, há projetos. Projetos que se sustentam inicialmente por uma taxa mais favorecida e que promovem esse transição climática de um modo justo”, declarou.
Barbosa disse que as enchentes no Rio Grande do Sul exigem uma linha de crédito especial para reconstrução. “Nós já temos linhas para mitigação e adaptação e agora temos que pensar em linhas para cuidar de perdas em danos”, disse. “A realidade chegou. Os bancos de desenvolvimento também têm que enfrentar os eventos extremos do clima, lidar com efeitos dos refugiados climáticos e com programas de reconstrução”, completou.
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