Agro comemora devolução da MP que alterava créditos do PIS/Cofins

Agro comemora devolução da MP que alterava créditos do PIS/Cofins
Agro comemora devolução da MP que alterava créditos do PIS/Cofins

Depois de um movimento unânime de entidades que representam as diferentes cadeias da indústria e da agropecuária no País para que o governo voltasse atrás na chamada “MP do fim do mundo”, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) atendeu ao pedido e devolveu a medida provisória ao Poder Executivo.

A medida retirou o direito das empresas de abater pagamento de tributos ou mesmo ter ressarcimento em dinheiro de créditos do PIS/Cofins. Somente na cadeia da soja, a indústria calculava prejuízos de R$ 6,5 bilhões e impactos de R$ 5 no valor pago ao produtor pela saca de soja.

Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu devolver a MP 1227 que foi enviada pelo governo ao Congresso na semana passada.

Como presidente do Congresso Nacional, pode devolver medidas provisórias se considerar que não atendem critérios legais. A justificativa apresentada foi o fato de a medida necessitar de um prazo para que a mudança passasse a valer. No caso de mudança de regras sobre tributos, seria preciso o que se chama de “princípio da noventena”, um prazo de 90 dias.

“O que se observa nessa MP, no que toca a parte de compensação de PIS e Cofins, é o descumprimento dessa regra, o que impõe a esta Presidência do Congresso impugnar essa matéria com a devolução desses dispositivos para a Presidência da República”, afirmou o presidente do Senado.

Logo após o anúncio, a Aprosoja Brasil divulgou uma nota para comemorar o que chamou de “grande vitória do setor empresarial e de toda a sociedade brasileira”.

Em nota, a entidade lembrou que por meio dessa MP, o governo pretendia limitar as compensações por parte das empresas de créditos do PIS/Cofins.

“Com isso, já começava a prejudicar o caixa das empresas, trazendo risco altíssimo de desemprego, de redução de investimentos e aumento da inflação”, diz o texto.

A Aprosoja afirma que “no caso das agroindústrias que adquirem, processam e exportam grãos, a MP quebra a imunidade tributária sobre as exportações garantida pela Lei Kandir. E este prejuízo na rentabilidade da indústria já estava sendo repassado aos produtores de grãos”.

A nota acrescenta que “apesar da vitória, não há muitos motivos para comemorar”, alegando que houve uma ruptura política dentro da discussão da Reforma Tributária.

Por fim, a entidade diz que “caberá ao governo sentar à mesa e negociar com o setor produtivo e agir de forma diferente de como vem fazendo até agora”. A associação também maior controle dos elevados gastos públicos no País.