As ações da Arcos Dorados (ARCO), operadora da rede McDonald’s na América Latina, acumulam perdas de 27,81% em 2024 até esta sexta-feira (14) na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Os papéis fecharam em queda de 0,33% neste último pregão, cotados a US$ 9,11. Só no acumulado de junho, os ativos já registram um recuo de 18,73%.
Mesmo com o desempenho negativo, o Goldman Sachs mantém o otimismo com as ações. Em relatório publicado nesta sexta-feira, assinado pelo analista Thiago Bortoluci, o banco reiterou recomendação de compra para os papéis com preço-alvo de US$ 14,30 — o que representa uma potencial valorização de 56,97% nos próximos 12 meses, em relação ao valor do último fechamento.
O Goldmand destacou que a Arcos é a sua ação preferida dentre os papéis com exposição ao mercado interno do Brasil. A casa acredita que os ativos foram penalizados pelas preocupações de que seu contrato de franquia master — conhecido como Franchising Agreement (MFA) — com o McDonald’s possa sofrer alterações na renovação. Além disso, segundo banco, a companhia apresentou uma série de surpresas negativas em termos de lucros não operacionais nos últimos trimestres.
Para se ter uma ideia, nos três primeiros meses de 2024, a empresa apresentou um lucro líquido de US$ 28,5 milhões, ou de US$ 0,14 por ação, uma queda de aproximadamente 23,80%, na comparação com o mesmo período de 2023, quando alcançou um lucro de US$ 37,4 milhões.
No entanto, para o Goldman, o mercado já está precificando um cenário de royalties mais altos que a Arcos precisará pagar para operar lojas do McDonald’s, sendo que o aumento das taxas deve chegar a 2%. Dessa forma, o banco avalia que as ações oferecem uma distorção positiva de risco-recompensa antes da celebração do MFA, prevista para agosto de 2024.
E como estão as ações do McDonald’s (MCD)?
Já os papéis do McDonald’s (MCD) apresentam uma desvalorização de 13,43% no acumulado do ano. Nesta sexta-feira (14), as ações da empresa encerraram o pregão em queda de 0,05% cotadas a US$ 253,58. No dia anterior, o Goldman iniciou a cobertura dos ativos, com recomendação neutra e preço-alvo de US$ 288,00, que representa um potencial de valorização de 13,57% em relação ao último fechamento.
Em relatório, o banco citou um cenário equilibrado de risco-recompensa para a gigante de alimentação em sua posição atual no mercado. Além disso, o Goldman destacou que a liderança digital da empresa é uma clara vantagem competitiva que lhe permitirá superar seus pares e passar para uma posição ainda mais forte na indústria de fast-food.
O início da cobertura ocorre em meio ao planejamento do McDonald’s de introduzir um menu nacional de valor de US$ 5 até o final de junho, que estará disponível por um mês. Essa estratégia é vista como uma resposta a uma diminuição no volume de clientes de baixa renda da rede. O banco encara, no entanto, que a tendência de trazer ofertas de preços mais baixos tem sido seguida pelo setor de fast-food como um todo nos Estados Unidos.