Abapa espera pequeno aumento de área de algodão na Bahia na safra 2024/2025

Abapa espera pequeno aumento de área de algodão na Bahia na safra 2024/2025
Abapa espera pequeno aumento de área de algodão na Bahia na safra 2024/2025

Luís Eduardo Magalhães (BA) – A Rodovia Milton Santos, a BR-242, é o elo de ligação entre as cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia. Ao trafegar pela estrada, é possível ver grandes fardos de algodão colhido nas fazendas que ocupam as margens.

A paisagem é uma amostra da relevância do algodão para a região. E neste momento, com a colheita da safra 2023/2024 em andamento, o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, já olha com moderado otimismo para o próximo ciclo, em 2024/2025.

“Estamos esperando um pequeno aumento da área plantada, mas ainda é cedo para fazer uma projeção. Aqui se planta soja, milho e algodão, e os preços dos três estão em baixa. Nesse caso, a conta fecha melhor para o algodão em relação ao milho”, afirma Bergamaschi.

O presidente da Abapa conversou com o AgFeed durante a Bahia Farm Show, feira que acontece na cidade de Luís Eduardo Magalhães até o próximo sábado, dia 15 de junho.

A colheita do algodão plantado na safra 2023/2024 começou há poucas semanas. Segundo Bergamaschi, houve um aumento de aproximadamente 10% na área plantada de algodão no Oeste da Bahia, que responde a 98% da produção no estado, chegando perto dos 345 mil hectares.

Sobre a produção, Bergamaschi projeta que serão 662 mil toneladas de algodão em pluma. Se confirmado, o número representa um avanço de 7% em relação à safra 2022/2023, quando foram produzidas 615 mil toneladas.

O presidente da Abapa ressalta que mais importante até que a produção e a produtividade é a qualidade da pluma colhida. Havia uma preocupação sobre os impactos do fenômeno climático El Niño nos indicadores qualitativos da produção.

“Pelo que analisamos das primeiras amostras de algodão colhido, estamos com boa qualidade, em linha com o que tivemos nos últimos anos. Claro, ainda está no começo. Mas já é um bom indicador”.

Bergamaschi conta que as chuvas de março, trazidas pelo El Niño, levaram à necessidade de replantio em aproximadamente 8% da área plantada no estado. “O plantio é o processo mais barato dentro da cultura de algodão. Então vale a pena replantar quando acontece alguma problema”.

Mão de obra escassa

Um dos problemas mais falados por produtores de algodão do Oeste baiano, inclusive durante a Bahia Farm Show, é a falta de mão de obra, inclusive qualificada.

O presidente da Abapa confirma que a questão é relevante e lembra que a própria associação tem um centro de treinamento que já formou cerca de 80 mil pessoas nos últimos 10 anos para trabalhar nos diversos processos que envolvem a produção e o beneficiamento de algodão.

Em reunião com a diretoria da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o pré-candidato a prefeito de Barreiras e produtor rural, Davi Schmidt, chegou a dizer que “praticamente não há desemprego hoje em Barreiras”, ao comentar a escassez de pessoas para trabalhar, especialmente nas áreas de algodão.

O presidente da Aiba, Odacil Ranzi, diz que o algodão gera muito mais empregos que as culturas de soja e milho. “Para cada emprego gerado na produção de soja e milho, o algodão cria cinco”, afirma.

Isso em um contexto de avanço na automação dos processos, especialmente na colheita, que até alguns anos atrás, era feita a mão, como lembram os produtores.