A empresa inglesa que inventou a retroescavadeira vai investir R$ 500 milhões no Brasil — veja onde
Multinacional inglesa de máquinas para construção responsável pela criação da retroescavadeira, a JCB vai investir R$ 500 milhões no Brasil nos próximos cinco anos. O plano vai ser anunciado nesta sexta-feira, 14, num evento na fábrica da empresa em solo brasileiro, na cidade de Sorocaba.
A maior parte deste investimento — cerca de R$ 360 milhões — será na modernização da fábrica de Sorocaba. O dinheiro contemplará equipamentos novos, máquinas de corte e fabricação de novos componentes, pintura e digitalização do parque fabril. Outros R$ 50 milhões serão usados para nacionalizar alguns produtos que hoje são importados. O restante será investido na cadeia de distribuidores da empresa.
O principal objetivo da empresa com o investimento é dobrar o tamanho das vendas no Brasil e na América Latina.
“Hoje, comercializamos 5 mil máquinas por ano. São 3,5 mil para o Brasil e 1,5 mil para a América Latina”, diz o presidente da JCB na América Latina, Adriano Merigli. “Queremos ir para 10 mil máquinas vendidas, mantendo uma proporção de crescimento no ano após ano”.
Qual é a estrutura da JCB no Brasil hoje
Atualmente com 600 funcionários no Brasil, a empresa atua em três frentes de negócios. A mais representativa é de construção, com produtos como miniescavadeiras, carregadeiras, pás carregadeiras e retroescavadeiras. Há também equipamentos para o agronegócio e acessórios.
Aliás, a JCB é responsável pelas retroescavadeiras. O fundador da empresa, o inglês Joseph Bamford, estava numa viagem a negócios na Noruega nos anos de 1950 quando viu uma escavadeira em um trailer atrelado à parte traseira de um trator. Ele pensou em como melhorar a ideia, e inventou a primeira retroescavadeira do mundo.
Diferentemente das escavadeiras, usadas para escavações profundas e remoção de grandes volumes de terra, a retroescavadeira combina as funções de um trator com um braço articulado na parte traseira e uma pá carregadeira na frente. Essa configuração permite que a retroescavadeira realize tarefas de escavação e carregamento de material em uma única máquina, tornando-a ideal para projetos menores ou que exigem múltiplas funções.
Hoje, 30% do mercado de retroescavadeiras do Brasil está com a JCB. É um número importante e que já está no seu máximo, de acordo com Merigli. A outros mercados no radar, porém.
“Temos, por exemplo, 75% de mercado no segmento de manipuladores telescópicos que conseguem fazer a movimentação do grão de maneira precisa, mas é uma porcentagem sobre um valor ainda pequeno”.
A JCB está no Brasil desde 2001, mas a fábrica saiu do papel 11 anos depois. Desde 2021, a empresa estava num ciclo de investimento de R$ 120 milhões, que se encerra agora.
“Entendemos que os investimentos para nos posicionarmos no Brasil acabaram com o fim deste ciclo de investimento”, diz o presidente. “Agora, vamos para uma nova rodada de investimento, mas focada na expansão e fortalecimento da marca”.
No radar da expansão estão também novos programas governamentais, como o Novo PAC, que incentivam a construção civil e, consequentemente, sua cadeia, onde entra a JCB. Ainda assim, há muito mercado a ser ganho. “O mercado de construção no Brasil é de cerca de 30 mil máquinas vendidas por ano. Nos Estados Unidos, são 300 mil. Há muita possibilidade para gente”.
Hoje, os principais mercados da América Latina são:
- Brasil
- Argentina
- Chile
- Peru
- Colômbia
- México
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