Romana Novais investe R$ 33 milhões para tratar um dos males do século 21: a calvície
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Um casarão de 590 metros quadrados numa das regiões mais luxuosas de São Paulo recebe, há pouco mais de meio ano, a Clínica Romana. O espaço, que recebeu um investimento de R$ 33 milhões para ser aberto, chama a atenção nas redes sociais como o Tik Tok. Um único vídeo, para ter uma ideia, chegou a ter mais de 2,4 milhões de visualizações.
O motivo? O luxo da instalação e do atendimento. A casa originalmente projetada por Oswaldo Bratke, um dos principais nomes da arquitetura paulista, recebeu agora um projeto neoclássico com árvores dentro das instalações, escadas de luxo e áreas de SPA e até de gastronomia de alto padrão.
Todo requinte tem como finalidade tratar um dos grandes males do século 21: a calvície.
E nem é brincadeira. Uma pesquisa realizada no Reino Unido revelou que nove em cada dez jovens adultos estão preocupados com a possibilidade de o cabelo ficar ralo, diminuir de volume ou desaparecer completamente, segundo informações do The Mirror.
Só no Brasil, são cerca de 42 milhões de pessoas com calvície ou alopecia.
Romana Novais, a médica por trás do empreendimento, é tricologista. Em outras palavras, ela estuda e trata doenças do cabelo e do couro cabeludo e se concentra no processo de regeneração capilar. Uma consulta por ali pode sair por R$ 2 mil.
“Criamos um espaço que consegue atrair muito paciente por causa da experiência também”, diz Romana. “Às vezes a paciente não tem doença de couro cabeludo, mas quer saber como está a saúde do cabelo, quer melhorar a estética do cabelo, e acaba vindo nos visitar pelo atendimento e por essa oportunidade”.
Além do tratamento capilar, a clínica oferece procedimentos dermatológicos e estéticos faciais e ginecológicos, como labioplastia, uma demanda que também está em alta, segundo Romana.
“Era um tabu falar de medicina estética íntima, até para mim, mas nos últimos tempos começamos a desmistificar isso”, afirma. “Mergulhei nesse assunto, conheci novas tecnologias e as mulheres estão cada vez mais conectadas”.
Qual é a história de Romana Novais
Natural de Vitória da Conquista, Romana começou sua vida profissional trabalhando em unidades do SUS em Santo André, assim que terminou o curso de medicina. Desde a época da faculdade, porém, já tinha o desejo de trabalhar com medicina capilar.
“Eu sempre soube que eu ia trabalhar cuidando de mulheres. Eu comecei primeiramente fazendo dermatologia, olhando não só para a parte de doença, mas também para a parte estética”, diz. “Com o tempo, eu comecei a estudar medicina capilar. Nas aulas, percebi que era aquilo que queria fazer. O assunto era fluido, leve, eu adorava estudar”.
Depois, vieram os filhos. Romana é casada com o DJ Alok e tem com ele dois filhos, Ravi e Raika. Durante esse período, se afastou brevemente da medicina, mas nunca deixou de estudar. Aproveitou a época para estruturar a clínica, inaugurada no final do ano passado.
“Eu amo ser médica, eu amo estar atendendo, ter contato com pessoas, e amo a parte de gestão também”, diz.
E a parte da gestão foi um desafio e tanto. A clínica já começou grande, com cerca de 40 funcionários.
“É diferente de um consultório que foi crescendo. Nesse desafio, eu já comecei grande”, afirma. “Tive de aprender a cuidar da gestão das pessoas, dos números da clínica, e tive ajuda de um time capacitado para fazer isso. Além disso, é preciso conciliar as agendas de mãe, família, gestão e atendimento. É um desafio e tanto”.
Como está a demanda de Romana
A procura pela Clínica Romana está alta, segundo a médica. “É um mercado muito novo no Brasil, tem muitos pacientes que nunca ouviram falar de medicina capilar, acham que é algo estético apenas”, diz. “Mas há muitas doenças de saúde que atingem o couro cabeludo, e tem toda questão de autoestima e afirmação”.
E a demanda é unissex.
“Achei que fosse atender mais mulheres, mas vem muito homem ao escritório”, afirma. “Os homens estão cada vez mais vaidosos, e temos tratamento via oral, terapias em consultório para acelerar o crescimento, injeções, até transplantes”.
“Antigamente, também não se falava em transplante capilar para mulheres, e agora estamos fazendo muito isso, também”.
A depender do número de calvos por aí, a demanda será grande — o repórter que vos escreve que o diga. Em vídeo chamada para a entrevista para esta reportagem, Romana soltou, sem pelos na língua: “quando puder, venha visitar a clínica”.