51% dos produtos à base de cannabis no Brasil são importados
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 51% dos produtos farmacêuticos à base de canabidiol utilizados no Brasil são importados. Cerca de 430 mil brasileiros fazem algum tipo de tratamento com produtos de cannabis. A importação de medicamentos derivados da substância para uso compassivo por pessoa física é permitida pela agência desde 2015.
Atualmente, o tratamento com base em canabidiol é indicado para 23 condições médicas e 36 produtos têm comercialização nas farmácias autorizadas pela Anvisa.
“Conseguimos quantificar somente os produtos que são vendidos nas farmácias e a estimativa é que a discrepância entre esses números seja muito maior. Estimamos que os produtos importados por pessoa física para uso compassivo sejam duas vezes o volume dos produtos com autorização sanitária vendidos nas farmácias do país“, disse o diretor de Marketing e Prescrição da Prati-Donaduzzi, Edilson Bianqui. “No ano passado, as farmácias comercializaram R$250 milhões em produtos à base de canabidiol”, complementa.
Controle de qualidade
Empresas farmacêuticas nacionais podem fabricar e comercializar medicamentos à base de cannabis desde 2019, devido à RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 327 da Anvisa. Isso significa que é possível comprar estes produtos em farmácias, desde que o paciente tenha a receita médica para estes medicamentos.
“Para um produto obter autorização sanitária na Anvisa, é necessário realizar uma série de etapas que incluem a utilização de insumos com grau farmacêutico, controle de qualidade desses insumos e do produto acabado, validação do processo produtivo e estudos de estabilidade. Em resumo, esses produtos devem cumprir os mesmos requisitos farmacêuticos exigidos para qualquer medicamento”, afirmou o farmacêutico e gerente de Inovação e Pesquisa Clínica da Prati-Donaduzzi, Liberato Brum Junior.
Este controle de qualidade permite que a fórmula e o princípio ativo sejam constantes em todos os medicamentos iguais. Os produtos importados não passam pelo controle de qualidade da Anvisa. Com isso, os medicamentos podem apresentar falhas nos tratamento e efeitos colaterais indesejados.
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